terça-feira, dezembro 27, 2011

No silêncio sem tempo


O cheiro da inexistência aproxima-se.
Esse vento lento e sedutor,
que me leva para aquilo que quero encontrar.
Mas sem saber, ou sem querer ver,
sinto o beijo do silêncio.
E enquanto a penumbra abraça-me
nessa ausência de tempo consigo rever-me.
O mundo, a vida, a morte.
No seio de sangue perco-me.
Procuro fingir que tenho quando se parte,
pois na noite escondo o que vejo,
no dia exponho o que não tenho.
Arde e consome-me
e no nada desapareço,
sem memória me vêem,
sem corpo me encontram.
No silêncio da morte apenas o vazio.
Uma alma oca.
Uma alma perdida
e desvanecida no tempo.
.
Há momentos assim que tenho de escrever.
Foto encontrada num web site.