sábado, dezembro 02, 2006



Foi o suficiente. Levantaste-te e abriste a janela. Tentaste saltar, mas segurei-te. Pediste-me que te largasse e não o fiz. Talvez seja por ti, como te disse, mas sei que não aguentaria o peso da culpa de te ver morrer, sabendo que o podia evitar. No entanto estás aqui ao meu lado, e eu continuo sem saber porque o fizeste. Respondes-me silenciosamente enquanto desvias o olhar para a dita janela.

Deixas cair uma lágrima. Partes-me o coração.

Vou buscar um lenço e limpo-te a cara. Atiro o lenço para o teu lado e não resisto a abraçar-te. Gosto de sentir esse teu calor, esse teu calor de vida. Não consegues evitar e choras no meu peito. Afago-te as costas e o cabelo – parece que te estás a acalmar.

Peço-te para não o voltares a fazer. Abraças-me com mais força.

Deito-te na cama e seguro-te a mão, esperando que adormeças. Dou-te um beijo na testa e sento-me numa cadeira, a teu lado. Adormeço também, sem te largar a mão.