quarta-feira, outubro 22, 2008

Lembranças num livro velho



- Mudaste tanto... tens noção disso?
- Naturalmente que sim. Tu fizeste-me crescer.
- Não é altura de te despedires do que de mau existe?
- Parece que sim.
- Então de que esperas? Procura o teu passado num livro e rasga o que lá encontrares!


Olhei para a tua fotografia, fizeste-me sorrir e fechei finalmente o livro...

domingo, outubro 19, 2008

Life is a song



Tantas vezes chorei
Tantas vezes sorri
Tantas vezes desejei ter-te aqui

Tive medo que me largasses a mão
Tive medo de olhar para trás e ver que afinal tudo foi um sonho
Tive medo que num instante pudesses desaparecer

Vivi tanto tempo sem ti
Olho-me agora, revejo o meu passado
Juro que nunca pensei que senti o que vivi
Tudo me fez crescer
Tudo agora me faz sentido

A vida é uma música
O compasso inicia a melodia
O metrónomo orienta o nosso ritmo
E um dia tudo acaba
O compasso suspende-se, o metrónomo encrava
Mas eu mantenho-me feliz, porque estás ao pé de mim
Amo-te!


Obrigado

sexta-feira, outubro 10, 2008

Caixinha de Música


Abriu a caixinha-de-música e deixou-se envolver pela melodia Bethoviana que preencheu a sala. Iniciou uma dança sem nexo, sem lógica, apenas ao som de cada nota tocada, naquele agudo som de metal.

Olhou-se no espelho. O dia de ontem só mostrou como já estava velho. Mais um ano, mais um ano, mais um ano. Ridículo pensar assim. A cada ano que passa, o conhecimento aumenta em flecha, diziam-lhe. Mas não era só isso. Ele sabia que não. Sentia-se velho, por mais novo que lhe dissessem que era.

Continuou a dançar, deixando-se levar pela Für Elise. Sentou-se na beira da cama, apoiando as mãos na colcha amarela e azul, olhando para o tecto. Mais que apenas olhar, ele pensava no presente. Hoje era um homem diferente. Mais crescido que ontem, sem dúvida, mas mais novo que o dia de amanhã.

Passou bastante tempo… de um quinto de século aproxima-se um quarto de século...

E dizem que ele continua novo…

Definitivamente não percebem!

Sensações

Preciso de uma flôr. Preciso de sentir-me frágil como ela, sem ter de preocupar com o mundo à minha volta, apenas querendo sentir a brisa que sopra sobre mim.

Desejo ser a água. Quero correr planícies, banhar as margens de um lago, rebolar-me como uma onda pela areia de uma praia, sem limites, sem entraves, moldando-me a todos os diferentes terrenos em que toco.

Estou obcecado pelo que não tenho. Vou voltar a direccionar a minha vontade para o que realmente interessa: “Queres jantar comigo, hoje?”.

E assim o disse...