segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Desviei, mais uma vez, o olhar da janela e abri o caderno laranja na esperança de conseguir assimilar algo mais que meras palavras escritas sem sentido, sem nexo…

“Equação dos Gases Perfeitos ; Lei de Boyle – Mariotte”

Reparo que a minha gata mais nova, a minha protegida, está sentada em cima do aquário das tartarugas, a pouco mais de um metro de distância de mim, olhando através da janela para os dois pardalitos que piam em cima do telhado. Apesar de estar de costas para mim, consigo visualizar o seu olhar fixo mas ao mesmo tempo vivo e despreocupado de tarefas mais maçadoras como a que eu estou a ter. Provavelmente, a sua única preocupação resume-se em vigiar os pardais - não vá um fugir sem ela dar por isso. Retomo a atenção para o caderno. Abro o livro, tiro um conjunto de folhas pautadas de cima da estante e tento acabar o resumo que deixei pendurado na véspera.

“Pressão de Vapor ; Elevação Ebulioscópica ; Depressão Crioscópica ; Propriedades Coligativas”

Pelo o canto do olho consigo ver a minha gata a aproximar-se de mim. Continuo a escrever e a fingir que não reparo… pode ser que ela desista, pare e não me interrompa. Esperança em vão. Passa por cima das minhas canetas, amachuca as folhas, esfrega-se na minha cabeça, pára, olha para mim e senta-se em cima do livro. Começo a empurrá-la de modo a conseguir ler o livro e repreendo-a com uma voz aparentemente zangada – embora interiormente agradeço-a por me ter dado um tempo de descanso e distracção. Cumpridora do seu dever, salta da minha escrivaninha para o chão e afasta-se. Possivelmente dirige-se para outro local reconfortante: quente e macio (e sem um mal - agradecido a arreliá-la). Olho-a tristemente, até ela desaparecer do meu campo de visão. O tempo está a ficar encoberto. Volto a atenção para o caderno, para o livro, para as folhas de resumos e para as canetas.

“Nomenclatura dos Compostos Orgânicos ; Reacções dos Compostos Orgânicos ; Fórmula Molecular e Fórmula Empírica”

Isto está a ficar mais aborrecido que nunca. As palavras teimam em não querer fixar-se às paredes do meu córtex cerebral. Recusam-se em ser descodificadas pelo lobo occipital. A sensação de analfabetismo funcional aumenta dentro de mim. Não tenho ninguém para me fazer companhia tirando as minhas tartarugas – que por acaso encontram-se em hibernação… Saio do quarto e procuro a minha mãe. Distraio-me com dois dedos de conversa…

Mais um emocionante dia de estudo.

Claro que está um tanto ou quanto romanceado lol mas é mais ou menos esta a minha rotina de estudo. É sempre bom estudar química =P

Peace

1 comentário:

Anónimo disse...

Olha olha
Sim senhor migas.. Tás de parabéns..
Escreves muito bem!!
Acho que nao devias desistir do teu livro.. Nao sei se ja desististe.. Se ja acabaste... Mas um livro teu, deveo ficar bom =))
Dou-te o meu apoio
eheh
Neste momento acho que tas doente.. As melhoras...
Vou tentar vir aqui mais vezes ;)
Queria fazer um blog pa mim, pk o meu da mente revolucionaria, nao me deixa entrar.. Penso que agora, só quem paga é que pode mexer nos blogs.. Enfim..!!
Quando fizer algo pa escrever sobre as minhas dores snif snif.. eu aviso-te :P
Bjs
as melhoras