sábado, maio 05, 2012

Lágrima perdida


À minha volta oiço o silêncio,
E nesse silêncio procuro-te.


Essa ausência palpável no ar que me cerca.
Essa lágrima que desce sozinha na face.

Esse pensamento egoísta que me consome,
esse desejo profundo que me enforca.


Choro. Grito. Chamo-te.

E tu afastaste mais.
Abraço a solidão e oiço a melodia sem som,

onde atraco a minha consciência

na realidade que tento fugir.


E à minha volta continuo no silêncio,
E nesse silêncio volto a procurar-te.

Sem escutar nenhuma resposta,
apercebo-me da triste verdade  em que vivo,

onde nem oiço o eco da minha própria voz .


Nisto o pano cai,
revelando o que está escondido.

Essa verdade que ninguém quer ver.
Nem ouvir, nem saber.

E continuo onde comecei,
sem nunca, tampouco, ter começado.




Sem comentários: